sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

VOO 666


Parecendo o título de um filme de terror de classe B, o título do post de hoje de facto quase que o é. Pelo menos a parte do filme. O apreciador de rock pesado já identificou certamente o tema, mas o resto do mundo provavelmente ainda não sabe bem do que se trata.
"Flight 666" é o nome de um filme-documentário levado a cabo pela banda de heavy metal inglesa Iron Maiden, sobre a primeira digressão de 2008, em que, com o intuito de chegar a "sítios onde o contabilista dizia que os custos são demasiados", pura e simplesmente alugaram um Boeing 757, que modificaram para poder transportar a banda e a roadcrew (ou será aircrew?) de 70 elementos, além de 20 ton de carga. O avião, apropriadamente baptizado "Ed Force One" (Eddie é o nome do monstro que aparece em todas as capas de albuns e mascote de longa data do grupo) foi adornado com o logótipo e... o próprio Eddie. Para terminar o cenário, o piloto seria nem mais nem menos que o vocalista da banda, Bruce Dickinson, grande entusiasta da aviação, ou não tivesse tido ele na família dois membros na RAF.

Bruce Dickinson aos comandos do "Ed Force One"
O resultado foi uma digressão de 45 dias, na qual a banda visitou 4 continentes, 12 países e 21 cidades, percorrendo 70.000km, numa média de mais de 3000 km entre concertos.
Conseguiram visitar locais tão longínquos como Mumbai na Índia, ou pura e simplesmente esquecidos pelas grandes bandas internacionais como San José na Costa Rica ou San Juan em Porto Rico.

E porquê voo 666? À parte toda o imaginário macabro que sempre rodeou a banda, personificada no já mencionado monstro "Eddie" e o próprio nome (Iron Maiden é  um instrumento de tortura medieval) , "The number of the beast" (lá está, o 666) foi o terceiro álbum da carreira, o primeiro álbum de metal a entrar directo para número 1 no Reino Unido e tema emblemático em todos os concertos.

Publicando álbuns desde 1980, os Iron Maiden são um caso estranho de popularidade e longevidade, aproximando-se do que se pode chamar os "Rolling Stones do heavy". Quase ignorados pela rádio e televisão, intitularam-se eles próprios "a maior banda underground de todos os tempos", venderam contudo já mais de 100 milhões de discos e continuam a esgotar concertos por onde quer que passem, mesmo se os últimos álbuns já não têm a frescura nem a acutilância dos seus melhores trabalhos. Talvez o segredo esteja mesmo no compromisso e no esforço de chegar até ao último fã, mesmo que ele esteja no Pólo Norte.
E o voo 666 andou perto disso na passagem pelo Alasca.
Como curiosidade, "Flight 666" não se limitou a ser um título/piada-de-humor-negro para o filme. O número oficial do voo que transportava a banda, era de facto "AEU-666".




4 comentários:

João Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Santos disse...

Boas!

A pintura era espectacular, agora pelo que sei, acho que já nao se encontra assim..

Eu como grande apreciador de Heavy-metal assim como de Avaição, este avião e esta tour foram algo de inesquecivel, apenas lamento nunca ter visto nem o 757 nem os IRON MAIDEN!

Abraço
Belo post

Paulo Olim disse...

Belo poste! gostei;-))

Paulo Olim
Asas Madeira

António Luís disse...

A expressão "Up the Irons" nunca fez tanto sentido!

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