quinta-feira, 2 de maio de 2013

Muscardus Açorianus Aristidiensis II (M222- 01RF/2013)


As férias são, por definição, destinadas ao descanso daqueles que trabalham, um luxo a que cada vez mais menos são os que se podem gabar de ter, o trabalho. O autor, ou seja, eu mesmo, fui de férias. Não liguei o computador, pouco usei o telemóvel e, contrariamente ao que me é apanágio, não fiz planos exclusivamente dedicados à “cousa do ar” ainda que, na agenda estivesse a visita a dois amigos, um dos quais, registe-se publicamente, falhei de forma vergonhosa.
A visita que não falhei, foi ao Sr. Aristides Pires, distinto aeronauta insular e “pai” do primeiro projecto de construção amadora na categoria de “experimental”, projecto do qual aliás, já aqui tinha dado devida nota em texto publicado no Pássaro de Ferro em 2011.







Para além da visita, prometida, tínhamos apalavrado a possibilidade de, caso as condições meteorológicas o permitissem, fazer o que não consegui aquando da visita anterior, ver o Moscardo a voar, com o competente registo para a posteridade. Tal não veio a acontecer, já que a meteorologia açoriana é dada a humores ... e porque a Lei de Murphy aplicada às condições de voo nos Açores diz: se há um dia ideal para fazer voar o Moscardo é precisamente nesse dia que o tempo não vai ajudar de forma nenhuma, muito pelo contrário!
De todo o modo, o Moscardo estava a ser preparado para a inspecção regular e regulamentar por parte da autoridade aeronáutica nacional, de modo a renovar o certificado de aeronavegabilidade por mais um ano. Encontrei-o por isso no hangar, do Aero Clube da Ilha Terceira, junto com os seus “companheiros” habituais, o RANS Coyote II do Sr. Jacinto Sequeira (CS-XAJ) e o Cessna 174 do ACIT (CS-DBF) e também o FIAT G.91R/4 nº5415, cedido ao Museu de Angra e que, ali se encontra armazenado a aguardar futura exposição.



Seguiu-se uma visita a casa do Sr. Aristides, casa de gente honrada e simples, onde me mostrou o seu recanto onde já fez muitas das reparações e modificações ao Moscardo, e onde, sempre de forma muito entusiasmada fala do Moscardo e de todos os seus muitos projectos, pois nele se encerra o espírito de um Ícaro mas também, e em muito em especial um muito engenhoso e hábil Dédalo!
De entre o que vi, ficou-me na retina algum do acervo de muitos anos do “Projecto Moscardo”, desde das primeiras peças recebidas dos Estados Unidos (ex.: barrotes de madeira), nomeadamente através do seu acervo fotográfico, entre outro.
Antes disso, e não fosse eu um confesso lambareiro, não escapei provar uns deliciosos biscoitos (de receita picarota!!!) e um vinho de cheiro caseiro!


Enfim, revi um amigo, e revi o vetusto Moscardo, que não consegui ver voar, mas por certo que existirão outras oportunidades.
Agora que estamos a curtíssimos passos dos 20 anos do seu primeiro voo, fiquei foi com a “pulga atrás da orelha” … para quando o livro?

Texto e fotografias: © Rui Ferreira  

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