A-332 da TAP, rumando a Caracas-Venezuela, no passado domingo, dia 7 Fevereiro.
Todos os domingos que a visibilidade permite, dou por mim à varanda, esperando a saída do A-330 para Caracas.
Não há nenhuma razão específica para esta espera, apenas o facto de ser o único voo intercontinental que parte daqui da Madeira.
Os voos longos, em que a relação dos passageiros com a máquina é total, em que a confiança dos pilotos e tripulações com o avião faz depender a relação atrás aludida, sempre me fascinaram. A imensidão do mar e a "suavidade" das nuvens são os factores dispersantes dos longos voos sobre o oceano.
Diariamente, sobre a ilha e sobretudo no escuro da noite, é fácil ver passar muitos aviões que, vindos do centro da Europa, demandam o Brasil e a Argentina, em longos voos sobre o mar, no escuro da noite, com centenas de pessoas no seu interior com outros tantos estados de espírito, enfrentando a viagem e uma certa precaridade da condição humana perante os desígnios (por vezes falíveis) da máquina, seja por si mesma ou por factores exteriores como o cruzamento com tempestades.
Mas a proeza do voo, agora vulgarizada em milhares de voos diários, por todo o mundo, não destapa o olhar do solo que não está, como a natureza assim designou, imediatamente por baixo dos nossos pés!
Sendo uma vitória de séculos, é sempre como se fosse a primeira vez!...
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