Sempre olhei com admiração para a Hungria, sobretudo quando por alturas da década de oitenta, este país era uma das faces visíveis da bipolarização Leste-Oeste, em cujo palco europeu se "ensaiava" um conflito que, felizmente, nunca chegou a vir para a boca de cena.
Uma mão cheia de Boeing 737 da Malev estacionados. Uma imagem impressiva de há alguns dias para cá...
A Hungria surgia como o mais "ocidental" dos países do bloco de Leste e a história tem no seu regaço a invasão dos tanques soviéticos na capital, Budapeste, uma das mais belas cidades da Europa e do mundo! Esta invasão de forças do então Pacto de Varsóvia (PV) comandadas pela União Soviética visou pôr fim a uma revolta que nasceu das imposições que o governo comunista da altura colocou na vida dos húngaros. À cautela, as forças soviéticas entraram em ação para estancar essa voragem de contestação e que, segundo os estrategas soviéticos, poderia fazer perigar a extensão geográfica e doutrinal do PV para um país que tinha evidentes afinidades com o chamado mundo ocidental.
Boeing 737
Tudo isto para dizer que o fim da companhia aérea húngara - a Malev - constituiu um rude golpe, digamos, na história da nação magiar e de certa forma para mim, já que é o fim de um ícone que admirava. Era como se até há dias, a Hungria voasse e espalhasse o seu "charme" pelos locais onde os seus aviões voavam e agora já não o faz. É natural que algo de novo surja no lugar da Malev, mas o que é factual é o fim desta companhia que refletirá um certo clima de recessão no que toca ao transporte aéreo, já anunciado pelo fim recente das operações da espanhola Spanair
Para talvez se perceber o alcance do fim da Malev na Hungria, tentemos conceber Portugal sem uma das suas melhores imagens de marca, a TAP!...
Custa, não custa!?...
Um mítico Tupolev TU-154 (crédito da foto) com o "tradicional" esquema de pintura que grande parte das companhias aéreas ostentavam na década de oitenta...
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