Foto: ANA Aeroportos |
Jorge Ponce de Leão, presidente do conselho de administração da ANA-Aeroportos de Portugal garantiu nesta quarta-feira durante uma entrevista a José Gomes Ferreira no programa “Negócios da Semana”, na SIC Notícias, que o futuro da unidade aeroportuária de Beja não estará “necessariamente” associado ao tráfego de passageiros. Para complementar o negócio da aviação civil, que não é considerado prioritário, irá ali ser instalada uma empresa especializada em “desmantelamento de aviões”. As negociações estão “muito avançadas” para que a sua instalação se concretize “a curto prazo”, adiantou o presidente da empresa.
O investimento entretanto efectuado na construção do novo aeroporto “já não é um problema” para o contribuinte. Os cerca de 34 milhões de euros que custou a infra-estrutura, sem contar com os encargos já suportados com juros e manutenção do equipamento, “foi descontado no preço pago pela concessão” da ANA - Aeroportos de Portugal à empresa francesa Vinci, revelou Ponce de Leão. Uma auditoria do Tribunal de Contas realizada em 2010 ao Aeroporto Civil de Beja concluía que o empreendimento custaria “74 milhões de euros”.
O projecto dimensionado e apresentado para "promover o desenvolvimento da região" baseado em actividades ligadas ao transporte de passageiros e carga, à indústria aeronáutica (produtos semiacabados, de fabrico de componentes aeronáuticos ou de manutenção de aeronaves) e formação e logística foi contemplado com um parque de sucata. É um “negócio florescente”, fundamental para viabilizar uma infra-estrutura que “ainda apresenta resultados negativos”, reconhece o presidente da ANA, admitindo que o panorama será invertido com o negócio do desmantelamento de aeronaves.
A solução avançada por Ponce de Leão já tinha sido aflorada pela ANA no final de 2009. Naquele ano já se admitia que o Aeroporto do Alentejo iria ter "um arranque muito difícil".
Como não eram conhecidos operadores interessados em utilizar o aeroporto, a ANA estabeleceu naquele ano que a primeira fase de utilização do novo equipamento passaria pelo parqueamento de aviões inactivos que ocupavam espaço noutros aeroportos. E só então, “lá para 2014, é que se pode pensar no tráfego de passageiros".
João Rosa, proprietário de uma unidade hoteleira, está apreensivo quanto o futuro: “Não sei por quanto tempo vamos manter o hotel aberto”, um projecto em que acreditou, convencido que o aeroporto iria trazer um fluxo de turistas estrangeiros que não se confirma. “Faz que anda mas não anda”, queixa-se João Rosa, frisando que só durante a final da liga dos campeões europeus, com o estacionamento em Beja de 25 aeronaves de passageiros, é que “o negócio animou alguma coisa” durante dois dias com as tripulações que se alojaram na sua unidade hoteleira. “Ora isto não é nada”, reage o empresário, lamentando o seu “atrevimento” em avançar para um investimento feito com base em empréstimos bancários e que está agora ameaçado com o anúncio da ANA que prioriza o desmantelamento de aviões em detrimento da componente passageiros e carga.
O aeroporto do Beja, descrito por José Sócrates em 2007 como "um baixo investimento para um grande benefício", dimensionado para dar apoio à componente turística então anunciada para a zona de Alqueva, ficou pelo caminho. Até ao momento, nenhum dos 12 projectos PIN programados, orçados em cerca de mil milhões de euros, iniciou obra. E duvida-se que alguma vez este tipo de empreendimentos turísticos de grande dimensão, que traria 22.500 turistas estrangeiros à região, conheça a luz do dia.
O investimento entretanto efectuado na construção do novo aeroporto “já não é um problema” para o contribuinte. Os cerca de 34 milhões de euros que custou a infra-estrutura, sem contar com os encargos já suportados com juros e manutenção do equipamento, “foi descontado no preço pago pela concessão” da ANA - Aeroportos de Portugal à empresa francesa Vinci, revelou Ponce de Leão. Uma auditoria do Tribunal de Contas realizada em 2010 ao Aeroporto Civil de Beja concluía que o empreendimento custaria “74 milhões de euros”.
O projecto dimensionado e apresentado para "promover o desenvolvimento da região" baseado em actividades ligadas ao transporte de passageiros e carga, à indústria aeronáutica (produtos semiacabados, de fabrico de componentes aeronáuticos ou de manutenção de aeronaves) e formação e logística foi contemplado com um parque de sucata. É um “negócio florescente”, fundamental para viabilizar uma infra-estrutura que “ainda apresenta resultados negativos”, reconhece o presidente da ANA, admitindo que o panorama será invertido com o negócio do desmantelamento de aeronaves.
A solução avançada por Ponce de Leão já tinha sido aflorada pela ANA no final de 2009. Naquele ano já se admitia que o Aeroporto do Alentejo iria ter "um arranque muito difícil".
Como não eram conhecidos operadores interessados em utilizar o aeroporto, a ANA estabeleceu naquele ano que a primeira fase de utilização do novo equipamento passaria pelo parqueamento de aviões inactivos que ocupavam espaço noutros aeroportos. E só então, “lá para 2014, é que se pode pensar no tráfego de passageiros".
João Rosa, proprietário de uma unidade hoteleira, está apreensivo quanto o futuro: “Não sei por quanto tempo vamos manter o hotel aberto”, um projecto em que acreditou, convencido que o aeroporto iria trazer um fluxo de turistas estrangeiros que não se confirma. “Faz que anda mas não anda”, queixa-se João Rosa, frisando que só durante a final da liga dos campeões europeus, com o estacionamento em Beja de 25 aeronaves de passageiros, é que “o negócio animou alguma coisa” durante dois dias com as tripulações que se alojaram na sua unidade hoteleira. “Ora isto não é nada”, reage o empresário, lamentando o seu “atrevimento” em avançar para um investimento feito com base em empréstimos bancários e que está agora ameaçado com o anúncio da ANA que prioriza o desmantelamento de aviões em detrimento da componente passageiros e carga.
O aeroporto do Beja, descrito por José Sócrates em 2007 como "um baixo investimento para um grande benefício", dimensionado para dar apoio à componente turística então anunciada para a zona de Alqueva, ficou pelo caminho. Até ao momento, nenhum dos 12 projectos PIN programados, orçados em cerca de mil milhões de euros, iniciou obra. E duvida-se que alguma vez este tipo de empreendimentos turísticos de grande dimensão, que traria 22.500 turistas estrangeiros à região, conheça a luz do dia.
Fonte: Público
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